No setor logístico, o transporte de cargas é uma das atividades mais sensíveis, complexas e onerosas da cadeia de suprimentos. Determinar a viabilidade técnica de uma operação de transporte é essencial para garantir segurança, economia, cumprimento de prazos, atendimento às normas legais e viabilidade comercial.
Mas como medir essa viabilidade de forma sistemática e confiável? A resposta está no uso de indicadores-chave de desempenho (KPIs) e métricas técnicas que fornecem uma análise robusta e baseada em dados.
Este artigo detalha os principais indicadores utilizados para avaliar a viabilidade técnica no transporte, explicando o que são, como aplicá-los, que ferramentas utilizar e como interpretar os resultados para tomada de decisão estratégica.
- O que é viabilidade técnica no transporte?
A viabilidade técnica no transporte refere-se à capacidade de realizar uma operação de movimentação de cargas de forma segura, eficiente, legal e operacionalmente possível, considerando variáveis como:
- Tipo de carga
- Condições da via
- Modais disponíveis
- Equipamentos e veículos adequados
- Infraestrutura
- Riscos envolvidos
- Custos e prazos
É uma análise que deve ser feita antes da execução do transporte, principalmente em casos de cargas especiais, projetos complexos, rotas internacionais ou transporte intermodal/multimodal.
- Por que avaliar a viabilidade técnica é crucial?
Uma operação de transporte mal planejada pode resultar em:
- Atrasos significativos
- Danos à carga ou ao veículo
- Multas e penalidades legais
- Interdição de vias
- Impacto ambiental
- Perda de contratos e reputação
Avaliar a viabilidade técnica antecipadamente reduz drasticamente esses riscos e proporciona benefícios como:
- Otimização de custos logísticos
- Previsibilidade nas entregas
- Atendimento aos requisitos de compliance
- Melhoria da experiência do cliente
- Aumento da competitividade
- Principais indicadores para avaliar a viabilidade técnica no transporte
Apresentamos a seguir os indicadores mais utilizados para essa finalidade. Eles devem ser combinados e ajustados conforme o tipo de transporte (rodoviário, ferroviário, aéreo, marítimo ou multimodal) e a complexidade do projeto.
3.1 Índice de Adequação da Infraestrutura (IAI)
Avalia se a infraestrutura da rota suporta a operação prevista.
Componentes avaliados:
- Largura das vias
- Peso suportado por pontes
- Altura de viadutos e passagens
- Condição do pavimento
- Existência de restrições operacionais (zonas urbanas, horários, pedágios)
Como medir:
- Levantamento técnico em campo
- Consultas a órgãos como DNIT, DER e prefeituras
- Cruzamento com mapas logísticos
Indicador final:
IAI = (Qtd. de trechos adequados ÷ Total de trechos analisados) × 100
3.2 Índice de Conformidade Técnica da Frota (ICTF)
Avalia se a frota disponível é compatível com as exigências do transporte.
Variáveis avaliadas:
- Tipo de caminhão ou carreta
- Potência do motor
- Tipo de suspensão
- Capacidade de carga
- Equipamentos de segurança
- Licenciamento e certificados obrigatórios (ANTT, SASSMAQ etc.)
Indicador final:
ICTF = (Qtd. de veículos tecnicamente aptos ÷ Total de veículos avaliados) × 100
3.3 Índice de Acessibilidade Operacional (IAO)
Verifica a facilidade de acesso ao ponto de origem e destino da carga.
Aspectos analisados:
- Geometria das vias locais
- Presença de obstáculos (árvores, postes, sinalizações)
- Restrição de horário ou circulação
- Viabilidade de manobras de entrada/saída
Aplicações:
Muito utilizado em transportes industriais, obras de infraestrutura, usinas e portos.
3.4 Indicador de Viabilidade Modal (IVM)
Determina qual modal de transporte é mais adequado para o tipo de carga, considerando:
- Volume e peso
- Urgência da entrega
- Custo por km
- Acessibilidade dos modais
- Infraestrutura disponível
- Riscos envolvidos
Exemplo:
Para grandes volumes a longas distâncias, o modal ferroviário ou hidroviário pode ser mais viável. Para urgência extrema, o modal aéreo, mesmo mais caro, pode ser tecnicamente necessário.
3.5 Índice de Custos Técnicos do Transporte (ICTT)
Reflete o custo estimado por tonelada ou por km da operação avaliada tecnicamente.
Inclui:
- Custo de combustível
- Desgaste dos veículos
- Equipamentos especiais (escoltas, batedores, guindastes)
- Pedágios, taxas e autorizações especiais
Como calcular:
ICTT = (Custo total técnico estimado ÷ Distância total) ou por tonelada transportada
3.6 Indicador de Riscos Técnicos (IRT)
Avalia os riscos operacionais, ambientais, regulatórios e de segurança da operação.
Fontes de risco:
- Regiões com altos índices de roubos
- Travessias em áreas ambientalmente sensíveis
- Proximidade de áreas densamente povoadas
- Trechos sujeitos a deslizamentos ou alagamentos
Ferramentas úteis:
- Mapas de risco do IBGE
- Dados de criminalidade
- Simulações por software (ex: GIS logístico)
3.7 Tempo Estimado de Ciclo (TEC)
Tempo total previsto para executar toda a operação logística, incluindo:
- Preparação da carga
- Tempo de viagem
- Tempo de desembarque
- Tempo para obtenção de autorizações especiais
Importante para clientes que trabalham com prazos just-in-time, perecíveis ou contratos com SLA rígidos.
3.8 Índice de Sustentabilidade Operacional (ISO)
Avalia o impacto ambiental da operação de transporte:
- Emissões de CO₂ por tonelada transportada
- Consumo de combustível
- Emissão de ruídos e poluentes
- Possibilidade de uso de biocombustíveis ou modais verdes
Esse indicador é cada vez mais relevante para empresas com metas ESG.
- Ferramentas e metodologias para análise técnica de transporte
Além dos indicadores, algumas ferramentas práticas ajudam na avaliação da viabilidade:
4.1 Checklists de viabilidade
Formulários padronizados para auditoria técnica de rotas, veículos e operações.
4.2 Simuladores logísticos e SIG
Softwares como AutoTURN, PTV Visum, TransCAD e QGIS permitem simulações detalhadas de rotas, acessos e cargas.
4.3 Parecer técnico com ART
A emissão de um parecer técnico com Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) é fundamental para operações complexas.
4.4 Estudos de viabilidade técnica (EVT)
Relatórios estruturados que combinam todos os indicadores e ferramentas mencionadas.
- Etapas para conduzir uma avaliação técnica de transporte
Etapa 1 – Coleta de dados
- Características da carga
- Local de origem e destino
- Cronograma e prazos
- Modais disponíveis
Etapa 2 – Levantamento em campo
- Medição de vias
- Inspeção de acessos
- Mapeamento de pontos críticos
Etapa 3 – Aplicação de indicadores e simulações
- Cálculo dos índices técnicos
- Análise de riscos
- Simulação de cenários
Etapa 4 – Consolidação em parecer técnico
- Recomendação da melhor solução
- Plano de mitigação de riscos
- Cronograma de execução
- Exemplos práticos
Caso 1 – Transporte de transformador industrial
Uma operação entre o interior de SP e o Porto de Santos exigiu:
- Simulação de trajetória em rotas urbanas
- Análise de peso em pontes
- Emissão de 7 autorizações especiais
- Escolta e horários restritos
Resultado: transporte realizado com precisão, sem multas ou atrasos.
Caso 2 – Avaliação modal para agroindústria
Um grupo agrícola comparou transporte rodoviário x ferroviário de grãos. Os indicadores mostraram que, apesar da maior distância, a ferrovia reduzia o custo por tonelada em 22% e diminuía as emissões em 37%.
- Como a Soluções LID auxilia na viabilidade técnica
A Soluções LID oferece um serviço completo de avaliação técnica e operacional de transporte, incluindo:
- Estudos de viabilidade com ART
- Simulações logísticas
- Projetos para obtenção de licenças e autorizações
- Planejamento técnico-operacional
- Gestão 4PL completa da execução
Atendemos demandas em todo o território nacional, com equipes capacitadas e ferramentas modernas de apoio à decisão.
FAQ – Perguntas frequentes
O que diferencia uma análise técnica de uma análise comercial de transporte?
A análise técnica foca na capacidade de execução da operação, enquanto a comercial avalia custos e preços. Ambas devem andar juntas.
Quem pode emitir um parecer técnico?
Engenheiros registrados no CREA com especialização em logística ou transporte.
Quando devo solicitar um estudo de viabilidade?
Sempre que houver:
- Carga superdimensionada ou perigosa
- Rota fora do comum
- Novos clientes ou mercados
- Licitações públicas ou projetos industriais
Um transporte pode ser economicamente viável, mas tecnicamente inviável?
Sim. Se não houver estrada adequada ou se o veículo não suportar a carga, o custo pode ser baixo, mas a operação é impossível.
Qual a validade de um parecer técnico?
Depende da natureza da operação. Para projetos pontuais, o parecer é válido até a conclusão. Para contratos recorrentes, pode haver necessidade de atualização periódica.
Entre em contato com a Soluções LID
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