No setor logístico, entender os custos reais de operação é um dos maiores diferenciais competitivos. Muitas empresas ainda tomam decisões com base apenas no custo inicial de aquisição de ativos ou serviços, desconsiderando um conceito essencial: o Custo Total de Propriedade (TCO – Total Cost of Ownership). Ignorar o TCO pode levar a decisões equivocadas, desperdícios financeiros e baixa eficiência operacional.
Neste artigo, vamos explorar profundamente o que é o custo total de propriedade na logística de transportes, como calculá-lo corretamente, quais variáveis devem ser consideradas e como ele pode ser usado como ferramenta estratégica para otimizar investimentos e reduzir gastos.
- O que é o Custo Total de Propriedade?
O Custo Total de Propriedade (TCO) é uma metodologia que calcula todos os custos relacionados à aquisição, operação, manutenção e descarte de um ativo ou serviço ao longo de seu ciclo de vida. Na logística, isso inclui não apenas o custo de compra de veículos, equipamentos ou contratação de fretes, mas também custos ocultos como manutenção, depreciação, combustível, seguros, perdas operacionais e muito mais.
1.1. Origem e aplicação do conceito
O TCO surgiu como ferramenta de gestão de compras, sendo muito usado na indústria automobilística e no setor de TI. Com o tempo, ganhou relevância em áreas onde a eficiência operacional e a precisão de custos são críticas, como a logística e o transporte.
- Por que o TCO é essencial na logística de transportes?
Na logística, decisões baseadas apenas no menor preço de aquisição podem levar a prejuízos. Um frete mais barato, por exemplo, pode parecer vantajoso, mas gerar atrasos, danos à carga ou maior risco de sinistros. O TCO permite:
- Avaliar efetivamente a viabilidade econômica de uma operação;
- Comparar diferentes modalidades de transporte;
- Mitigar riscos financeiros e operacionais;
- Estabelecer contratos mais vantajosos com fornecedores;
- Otimizar investimentos em frota, tecnologia e infraestrutura.
- Componentes do Custo Total de Propriedade na logística
O TCO na logística pode ser dividido em cinco grandes categorias:
3.1. Custo de aquisição
Refere-se aos custos iniciais envolvidos na obtenção de um ativo ou serviço logístico. Inclui:
- Compra de veículos (caminhões, carretas, empilhadeiras);
- Contratação de serviços de transporte (frete);
- Investimentos em armazéns, sistemas TMS/WMS, etc.
3.2. Custo operacional
Inclui todos os custos necessários para operar os ativos ou serviços logísticos:
- Combustível;
- Pedágios e tarifas;
- Mão de obra (motoristas, operadores, gestores);
- Licenças e autorizações.
3.3. Custo de manutenção e suporte
Abrange a manutenção preventiva e corretiva dos ativos:
- Troca de peças, revisões periódicas;
- Custos de paradas técnicas;
- Atualizações de sistemas.
3.4. Custo de riscos e perdas
É um dos mais negligenciados, mas extremamente relevante:
- Danos à carga;
- Extravio ou roubo;
- Atrasos e penalizações contratuais;
- Custos com seguros.
3.5. Custo de descarte ou substituição
Refere-se ao fim do ciclo de vida do ativo:
- Desvalorização e revenda de veículos;
- Custos de desativação de sistemas;
- Desmobilização de contratos e reestruturação.
- Exemplos práticos de TCO na logística
4.1. Comparando dois fornecedores de frete
Imagine dois fornecedores de transporte oferecendo os seguintes preços para a mesma rota:
- Fornecedor A: R$ 4.000 por viagem
- Fornecedor B: R$ 3.200 por viagem
À primeira vista, o fornecedor B parece ser a melhor escolha. No entanto, ao calcular o TCO:
Item | Fornecedor A | Fornecedor B |
Custo de frete | R$ 4.000 | R$ 3.200 |
Índice de avarias | 0,5% | 3% |
Atrasos (%) | 2% | 8% |
Custo médio por atraso | R$ 200 | R$ 800 |
Seguro adicional | R$ 0 | R$ 300 |
Custo total por viagem | R$ 4.200 | R$ 4.600 |
Neste exemplo, apesar do preço inicial mais baixo, o fornecedor B tem um TCO mais alto, evidenciando que o menor preço nem sempre representa o melhor custo.
- Como calcular o TCO na logística de transportes
5.1. Etapa 1: Identificação de todos os custos
Liste todos os custos diretos e indiretos associados à operação. Reúna dados de:
- Transportadoras;
- Custos internos de operação;
- Indicadores de desempenho logístico.
5.2. Etapa 2: Classificação por categoria
Agrupe os custos nas categorias já apresentadas: aquisição, operação, manutenção, riscos e descarte.
5.3. Etapa 3: Aplicação ao ciclo de vida
Projete os custos ao longo do tempo (médio ou longo prazo), considerando o período de uso dos ativos ou contrato com prestadores.
5.4. Etapa 4: Comparação entre alternativas
Use o TCO como base para comparar diferentes soluções, transportadoras, tecnologias, rotas ou modais.
- TCO aplicado por modal de transporte
6.1. Transporte rodoviário
- Alto custo com combustível;
- Desgaste dos veículos;
- Sensível a variações de pedágio e sinistros;
- TCO impactado por ociosidade e má roteirização.
6.2. Transporte ferroviário
- Maior investimento inicial e rigidez de rotas;
- Baixo custo operacional por tonelada transportada;
- TCO favorecido em longas distâncias e grandes volumes.
6.3. Transporte hidroviário
- Baixíssimo custo por tonelada;
- Elevado custo de infraestrutura portuária;
- Impacto no TCO por sazonalidade e disponibilidade de embarque.
6.4. Transporte aéreo
- Custo de aquisição e operação extremamente alto;
- TCO justificado apenas para cargas urgentes ou de alto valor agregado.
- Como a tecnologia ajuda na gestão do TCO
A adoção de tecnologias logísticas é fundamental para medir e controlar o TCO em tempo real.
7.1. Sistemas TMS e WMS
- Automatizam a coleta de dados;
- Geram relatórios precisos de custos;
- Permitem simulações e projeções de TCO.
7.2. IoT e telemetria de frota
- Monitoram consumo, desgaste, comportamento do motorista;
- Reduzem custo com manutenção corretiva e otimizam rotas.
7.3. Inteligência Artificial
- Detecta padrões de desperdício;
- Gera insights para renegociação de contratos e melhorias operacionais.
- Estratégias para reduzir o TCO na logística
8.1. Otimização de rotas
Melhores rotas significam menos consumo, menos desgaste e menor tempo de operação.
8.2. Terceirização inteligente
Avaliar quando operar com frota própria ou terceirizada é fundamental para o equilíbrio do TCO.
8.3. Manutenção preditiva
Evita falhas, reduz paradas e aumenta a vida útil dos ativos.
8.4. Monitoramento contínuo de desempenho
Indicadores como OTIF (On Time In Full), custo por tonelada, índice de avarias e consumo por km ajudam a manter o TCO sob controle.
- O papel do TCO em contratos logísticos
Empresas que incluem cláusulas baseadas em TCO nos contratos com fornecedores tendem a obter:
- Redução de custos a médio prazo;
- Maior alinhamento entre as partes;
- Acordos baseados em performance (SLA e KPIs).
- Barreiras para a adoção do TCO
Mesmo com tantas vantagens, ainda existem desafios para a aplicação prática do TCO:
- Falta de dados confiáveis;
- Resistência cultural (decisões por preço inicial);
- Dificuldade em mensurar custos indiretos;
- Complexidade de cálculo em operações multimodais.
- TCO e sustentabilidade logística
Empresas que adotam TCO também tendem a ser mais sustentáveis, pois:
- Reduzem consumo e desperdícios;
- Aumentam a vida útil de ativos;
- Optam por fornecedores com melhores práticas ambientais;
- Investem em tecnologias mais limpas.
- O papel da Soluções LID na gestão do TCO para seus clientes
A Soluções LID atua com foco em reduzir o TCO das operações de seus clientes por meio de:
- Planejamento logístico personalizado;
- Seleção criteriosa de modais e parceiros;
- Monitoramento contínuo de KPIs logísticos;
- Uso de ferramentas tecnológicas avançadas.
Nosso compromisso é entregar não apenas um serviço de transporte, mas soluções de valor agregado, com total visibilidade e controle de custos ao longo de todo o ciclo logístico.
Conclusão
O Custo Total de Propriedade na logística de transportes é muito mais do que uma métrica contábil. Ele é uma filosofia de gestão que coloca o foco no longo prazo, na eficiência operacional e na sustentabilidade financeira. Empresas que adotam o TCO como pilar decisório conseguem maximizar seus resultados, reduzir desperdícios e tomar decisões estratégicas com base em dados concretos.
A Soluções LID está preparada para ajudar sua empresa a entender, calcular e otimizar o TCO, transformando a logística em um diferencial competitivo real.
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